Residência com gameficação: a obgyncana, uma gincana em que os residentes respondiam casos clínicos


O Departamento de Ginecologia e Obstetrícia (DGO) recebe 16 novos médicos residentes por ano, alcançando um total de 48 em formação em Ginecologia e Obstetrícia, além de especialistas em subáreas, totalizando mais de 70 médicos em aprimoramento anualmente. Desde 2020, implementações como cursos online, discussões de casos e métodos inovadores de ensino, foram adotadas para melhorar a educação continuada. A avaliação dos residentes é multifacetada, incluindo habilidades cognitivas, práticas e atitudinais. Os desafios da coordenação residem em adaptar o ensino ao aprendizado de adultos, fomentar a proatividade e manter um ambiente de aprendizado estimulante. Leia entrevista com a professora Silvana Quintana.

Quantos residentes entram por ano, qual o total de residentes e quais locais de trabalho? 

O DGO recebe anualmente 16 médicos residentes. Como a residência tem três anos, temos 48 médicos residentes em Ginecologia e Obstetrícia (GO) (16 médicos residentes de 1º ano, 16 médicos residentes de 2º ano e 16 médicos residentes de 3º anos). Além destes 48 residentes que estão se especializando em Ginecologia e Obstetrícia, temos os médicos já especialistas (já fizeram os três anos de GO) que iniciam suas subespecialidades. O DGO recebe a cada ano um grande número de especialistas para as seguintes áreas:

Reprodução humana (6)

Mastologia (4)

Videoendoscopia (4)

Sexualidade (1)

Medicina fetal (6)

Uroginecologia (2)

Patologia do trato genital inferior (3)

Portanto, temos mais de 70 médicos se aprimorando na especialidade a cada ano

Como o residente é avaliado?

O residente no Programa de Residência Médica (RM) em GO é avaliado em todos os níveis do conhecimento: provas teóricas com casos clínicos para avaliação cognitiva, mini exercícios clínicos avaliativos (minicex) e DOPS (para procedimentos) que são avaliações práticas, ou seja, durante a realização de consultas e procedimentos e também avaliação atitudinal. A ideia é ter uma avaliação global do médico residente com possibilidade de corrigir desvios ou dificuldades, dando ao futuro especialista a oportunidade de ter uma excelente formação.

Quais as mudanças foram implementadas desde 2020?

O Programa de RM em GO está em constante evolução. Desde 2020 foram implementadas mudanças principalmente no processo de educação continuada do médico residente. Atualmente o residente tem vários cursos gravados na plataforma moodle e reuniões periódicas com docentes e médicos assistentes dos diferentes setores do Departamento para discussão de casos clínicos. Em 2023 fizemos um esquema de ensino baseado na gameficação: a obgyncana, uma gincana onde os residentes respondiam casos clínicos. Também introduzimos a formatura dos R3 desde 2019, uma cerimônia de encerramento de um importante ciclo da formação profissional. Em 2024, realizamos a mudança na escala dos médicos residentes de 2º ano, uma ideia que estava sendo elaborada há vários anos.

Quais são os principais desafios que a coordenação da residência enfrenta?  

Destaco que desde 2020 temos vivenciado uma excelente parceria entre coordenação/residentes e DGO. Os residentes sentem o empenho da coordenação em proporcionar a eles a melhor formação  e correspondem às expectativas. Entretanto, há muitos desafios. O processo de aprendizagem de adultos é diferente e ensinar o residente a buscar o conhecimento, respeitar a  carga horária e manter o ambiente saudável e estimulante para o aprendizado certamente são os maiores desafios.