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MATER amplia estrutura ambulatorial e fortalece linhas de cuidado

Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-MATER passa por reestruturação, dobra capacidade de atendimento e aposta em inovação assistencial com foco na humanização

O Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto – MATER (CRSMRP-MATER), sob gestão da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (FAEPA) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, concluiu recentemente uma ampla reforma e ampliação de sua estrutura ambulatorial. A reestruturação física e organizacional dobra a capacidade de atendimentos ambulatoriais e insere novas linhas de cuidado especializadas em áreas antes desassistidas. Com essa transformação, a MATER consolida sua atuação como centro de referência regional em assistência humanizada e segura, ensino e gestão qualificada na saúde da mulher e do recém-nascido.

A nova estrutura física inclui uma segunda área de espera para pacientes e acompanhantes, nove consultórios, ampliação das salas de cardiotocografia, coleta laboratorial, pós-consulta de enfermagem, entre outros espaços. Os recursos foram viabilizados pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

De acordo com a diretora de Atenção à Saúde, Dra. Ana Carolina Tagliatti Zani Mantovi, “com a ampliação estrutural e de serviços, dobraremos a capacidade de produção ambulatorial em consultas e serviços auxiliares de diagnóstico e terapêutica. Também poderemos aumentar em 50% os procedimentos cirúrgicos em regime hospital-dia e ambulatorial”.

Essa reestruturação, segundo a diretora geral da instituição, a professora Dra. Elaine Christine Dantas Moisés, está alinhada à missão da MATER de oferecer atenção integral, humanizada e tecnicamente qualificada à saúde da mulher: “A ampliação das linhas de cuidado à saúde da mulher reforça o compromisso do hospital com um atendimento humanizado e de excelência, promovendo atenção integral, equidade e valorização do conhecimento”.

Novas linhas de cuidado aprimoram ainda mais o atendimento de referência – Foto: MATER

Novas linhas de cuidado: resposta à demanda reprimida

Entre os novos serviços ofertados destacam-se os ambulatórios de dor pélvica crônica, patologia do trato genital inferior e colposcopia, pré-natal de risco intermediário e cuidado em abortamento retido e habitual.

A criação dessas linhas responde a gargalos assistenciais regionais. “A fila para entrada da paciente com dor pélvica crônica é extensa, com longo tempo de espera por vagas de atendimento. Sabe-se que, atualmente, dor pélvica crônica representa parcela importante dos motivos de afastamento ao trabalho e comprometimento da qualidade de vida da mulher, de forma que abrir uma nova porta de entrada para atendimento qualificado e multiprofissional terá impacto positivo para as pacientes”, afirma Ana Carolina.

Em relação ao cuidado em abortamentos, a médica destaca que a maioria dos casos recebe atendimento especializado por meio dos serviços de emergência. Porém, segundo ela, essas mulheres poderiam ser acolhidas em um ambiente ambulatorial estruturado, agora oferecido pela MATER.

O pré-natal de risco intermediário surge como resposta à transição epidemiológica da gestação. “Hoje, o número de gestantes com risco habitual vem diminuindo, o que sobrecarrega os serviços de alto risco. O atendimento intermediário preenche esse vazio com o suporte necessário”, explica Ana Carolina.

Essas novas frentes funcionam em regime de alta resolutividade, com consultas interdisciplinares, exames complementares e, quando necessário, agendamento de cirurgia na mesma visita. Isso integra os princípios do modelo assistencial da MATER.

Com mais de 27 anos de história atende exclusivamente pelo SUS, contemplando os 26 municípios do Departamento Regional de Saúde XIII (DRS XIII) – Foto: MATER

Referência regional e nacional

Com mais de 27 anos de história e 16 sob gestão da FAEPA, a MATER atende exclusivamente pelo SUS, contemplando os 26 municípios do Departamento Regional de Saúde XIII (DRS XIII), com vagas dimensionadas e reguladas regionalmente.

Segundo Ana Carolina, esse papel articulador fortalece toda a rede pública “ao contar com a retaguarda dos atendimentos prestados no CRSMRP-MATER, as unidades de complexidade terciária têm sua capacidade potencializada, e a rede como um todo aumenta sua eficácia e efetividade”.

Conforme explica a professora Elaine, desde sua inauguração em 1998, ainda como Maternidade do Complexo Aeroporto, a MATER conta com a atuação contínua do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (DGO-FMRP-USP). Com a transformação da unidade em Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto – MATER, em 2009, essa parceria foi intensificada. Docentes e médicos assistentes do Departamento passaram a exercer funções estratégicas de gestão, como dirigentes da FAEPA e membros do conselho consultivo, além de atuarem na formulação de protocolos assistenciais e na estruturação dos processos de trabalho.

A contribuição do DGO-FMRP-USP também se estende às áreas acadêmica e científica, com docentes envolvidos na coordenação de ensino e pesquisa da MATER. Por meio de convênios interinstitucionais, a unidade tornou-se campo de estágio para alunos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição e Metabolismo da USP e para a formação de residentes do HCFMRP-USP em diversas especialidades, como Ginecologia e Obstetrícia, Puericultura e Pediatria, Neonatologia, Medicina de Família e Comunidade, Medicina de Emergências, Medicina Fetal, Mastologia, Uroginecologia, Videoendoscopia Ginecológica e Patologia do Trato Genital Inferior.

Esse protagonismo também se expressa no modelo de gestão institucional adotado pela MATER, que opera com base em um planejamento estratégico quadrienal, sendo as metas definidas a partir de diagnósticos situacionais e indicadores de desempenho, articulando as dimensões assistencial, acadêmica e administrativa da instituição. Esse planejamento busca alinhar a atuação da MATER às diretrizes nacionais de saúde pública e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), especialmente aqueles voltados à saúde, igualdade de gênero, inovação e educação.

O trabalho humanizado torna a MATER referência em atendimento em todo o País – Foto: MATER

Humanização como eixo central

Desde sua fundação, a MATER adota a humanização como princípio institucional. Foi uma das primeiras instituições a garantir acompanhante de livre escolha no parto, mesmo antes da legislação. Reduziu a taxa de episiotomia — procedimento com objetivo de ampliar o canal de saída do bebê para facilitar o parto normal — para menos de 1% dos partos vaginais, resultado reconhecido nacionalmente. Também foi estruturado um protocolo de acolhimento ao luto perinatal, com capacitação de equipes, comunicação visual diferenciada e quartos com adequações de ambiência, incluindo isolamento acústico — uma iniciativa que ganhou repercussão na imprensa nacional.

“Na humanização da assistência, o foco é direcionado às necessidades da pessoa que está sendo cuidada. A paciente participa das decisões e recebe orientações com base nas melhores evidências científicas”, afirma o médico do Escritório da Qualidade, Dr. Caio Antônio de Campos Prado.

A MATER atua como Maternidade Apoiadora em Política de Humanização da Secretaria Estadual de Saúde para implementação de ações voltadas à humanização da assistência. Desde 2019, já recebeu mais de 75 equipes gestoras de outras instituições em visitas técnicas, promovendo a disseminação de boas práticas. 

Além das atividades de formação profissional desenvolvidas em parceria com o DGO-FMRP-USP, o Centro de Referência promove eventos próprios de capacitação e difusão científica. Desde 2012, realiza anualmente as Jornadas de Assistência Materno-Infantil e Cirurgia Ginecológica, que reúnem cerca de 300 participantes, entre profissionais de saúde, residentes e estudantes. O evento promove debates técnicos, atividades simuladas e discussão de experiências exitosas, reforçando o papel da instituição como centro disseminador de boas práticas e espaço de ensino-aprendizagem na área da saúde da mulher e do recém-nascido.

Certificações comprovam a qualidade de atendimento da toda a equipe da MATER – Foto: MATER

Certificações e reconhecimento institucional

A MATER acumula premiações e selos de excelência. Entre eles, estão a certificação IHAC (Iniciativa Hospital Amigo da Criança), o Prêmio Dr. Pinotti – Hospital Amigo da Mulher e o selo Nível 3 – Acreditado com Excelência, conferido em 2024 pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).

A gerente da Qualidade, enfermeira Caroline Ramos de Oliveira, explica que essas conquistas representam mais do que reconhecimento: “Esses selos significam que nossos profissionais seguem padrões rigorosos de qualidade, com foco total na segurança do paciente, no acolhimento e no cuidado individualizado”.

Segundo ela, os desafios permanecem após a acreditação. “Manter essas certificações exige revisão constante de rotinas, capacitação contínua e escuta ativa de pacientes. Isso nos obriga a estar sempre evoluindo”.

A lista de premiações inclui ainda iniciativas ambientais, como as Menções Honrosas no Prêmio Amigo do Meio Ambiente (2023 e 2024), além de reconhecimentos por projetos de eficiência energética, gestão participativa e engajamento social.

Compromisso com uma assistência de excelência está na essência da maternidade – Foto: MATER

Uma trajetória que preserva a essência

A história da MATER teve início em 1998, fruto da idealização da benfeitora Dona Sinhá Junqueira, com o compromisso de oferecer assistência obstétrica e neonatal gratuita e de qualidade à população de Ribeirão Preto e região.

Em 2009, a instituição passou à gestão da FAEPA, vinculada ao HCFMRP-USP, com aumento de 40% no volume de atendimentos. Desde então, consolidou sua identidade institucional, investiu em ampliação de estrutura, inovação e educação permanente.

“Desde sua fundação, a MATER preserva como essência o compromisso com uma assistência de excelência, segura e humanizada. Essa identidade é construída diariamente pela dedicação da equipe”, afirma a diretora geral Elaine Moisés.

A MATER segue com o projeto de expansão ambulatorial, que deve alcançar sua plenitude até o segundo semestre de 2025. Entre os próximos passos estão a modernização do parque tecnológico, novas frentes assistenciais e o fortalecimento de práticas de escuta e acolhimento.

“Com visão estratégica de futuro, a MATER se projeta para novos patamares de excelência, incorporando tecnologias, fortalecendo redes de atenção e qualificando continuamente suas equipes”, conclui Elaine.