A pós-graduação em Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP tem duas características marcantes, segundo a professora Paula Andrea, a multidisciplinaridade e a internacionalização.
A abertura da pós-graduação para médicos não ginecologistas e obstetras e para outros profissionais completou 10 anos em 2023. Pouco menos de 50% dos nossos alunos são médicos ginecologistas e obstetras e outros 50% são formados por médicos não ginecologistas e obstetras, biomédicos, biólogos, fisioterapeutas, educadores físicos e também advogados. É uma característica importante essa multidisciplinaridade de nosso programa.
A internacionalização é marcada pela ida de docentes e de alunos para estágios de pesquisa ou pós-doutorado fora do país. Outra característica é a presença de docentes que são editores associados de revistas internacionais e membros de corpo editorial de várias revistas.
Leia entrevista da professora Paula Andrea, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em GO.
Professora, que avaliação a senhora faz da pós-graduação oferecida pelo DGO?
Nosso programa de pós-graduação recebeu a nota 7 da Capes, sendo considerado então um programa de excelência. É um programa que foi criado em 1970 e teve o primeiro egresso do mestrado em 1973 e o primeiro egresso de doutorado em 1974. A partir de 2003, ele passou a receber não apenas médicos ginecologistas e obstetras e abriu oportunidade para a entrada de médicos de outras especialidades e para profissionais não médicos. Portanto, uma das características marcantes do nosso programa é essa multidisciplinaridade.
Pouco menos de 50% dos nossos alunos são médicos ginecologistas e obstetras e os outros 50% são representados por médicos não ginecologistas e obstetras, biomédicos, biólogos, fisioterapeutas, educadores físicos e também advogados. É uma característica importante essa multidisciplinaridade.
É um programa que também tem como característica importante a internacionalização, inclusive, para que a Capes dê nota 6 ou 7 para um programa de pós-graduação, é preciso demonstrar essa internacionalização e isso é marcado pela ida de docentes para fazer estágios de pesquisa ou pós-doutorado fora do país. Nós temos alunos que também fazem pesquisa fora, doutorado sanduíche, eventualmente pós-doutorado, e docentes que são editores associados de revistas internacionais e membros de corpo editorial de várias revistas.
Com a ida dos docentes, se estabelecem parcerias com instituições fora do país permitindo projetos em colaboração e projetos financiados por agências internacionais. Acho que esses dois pontos são importantes: a multidisciplinaridade e a internacionalização forte e crescente do programa.
Quais desafios para 2024?
Acho que a pós-graduação tem uma série de desafios para o próximo ano. Estamos num momento em que alguns docentes estão se aposentando e, consequentemente, temos tido redução do número de professores que são orientadores plenos do programa de pós-graduação.
Portanto, o novo desafio é atrair ou fazer busca ativa de novos orientadores que estejam adequados ao perfil do programa. Outro desafio é atrair bons alunos para os cursos de mestrado, doutorado e doutorado direto. Observamos, nos dois últimos anos, redução do número de novos inscritos nos diferentes programas de pós-graduação da USP.
O que, entre outras coisas, pode estar relacionado ao período pós-pandemia, mas ainda não temos como fazer um diagnóstico muito preciso do porquê dessa menor procura e diminuição do número de alunos. Além disso, um desafio, que é contínuo, é a obtenção de recursos financeiros para as pesquisas, junto às agências de fomento.
Outro desafio é ampliar a visibilidade internacional do programa, estreitando e ampliando as colaborações em pesquisa, o fluxo de orientadores e alunos daqui para fora e a recepção de pesquisadores de fora.
Professora, a senhora já criou estratégias para esses desafios?
Eu assumi a coordenação da pós-graduação no final de março de 2023. Nós realizamos um fórum de pós-graduação, em 21 de junho de 2023. Trouxemos para todos os orientadores do programa um levantamento de todos os dados quantitativos de 2021 e 2022.
Fizemos análise de quais seriam os pontos fortes e os principais pontos fracos do programa, quais eram os principais desafios que teríamos de enfrentar e isso foi discutido com todo o grupo de orientadores e algumas estratégias foram delineadas.
O que a senhora desenha para 2024?
Eu sou otimista e acho que nós vamos continuar produzindo projetos de qualidade em temáticas de grande relevância para sociedade e comunidade científica. Acho que os orientadores estarão motivados para ativamente partirem à busca de fomento.